BIS, CANTATRIZ!
Então canta, flexiona O timbre seco-fino, inaudito Do primitivo ao erudito Prazeríssona prima-dona. Meia mocetona, meia menina Canta, recanta... desencanta! Ora Carol, ora Carolina Espanta os nós da garganta Como se a sós, fonodivina. Desse entoado remédio A endorfina, a adrenalina Para todo tédio. Vai! canta seu contralto Alternado com falsete veloz Como que do alto da colina Da carótida em tom atroz Um frêmito de assalto. Límpida, fidelíssima, peregrina Turboflautada, airosa voz. Canta a banjos, a pianos Aos solfejos, em arranjos Encanta bárbaros sopranos E bisa! Levanta todos nós! Eufonia tanta de arcanjos. Canta arpejos inconsúteis Harmonia, cadência da voz Em alegro e adágio de veras. Oh! Soe a percussão de passistas Até estridulação dos fúteis! A sonoplastia dos borogodós O sol-e-dó de violistas. Ai, canta o solo das quimeras A ária dos trans-pós-modernistas A grasnada dos cafundós. Mas canta! ciciando às feras Meloestilhaçando vidraças a pó. Toe Chico, Roberto-Erasmo, Belchior Galgar o Tenor das Esferas Seu canto que é espasmo só.
Pulse num pronto sustenido O penúltimo contraponto perdido Tangendo as cordas, vibrando sinos. Esse canto imonótono, classudo À acústica de contrabaixo e violinos GRAVE/ e/ agudo – GRAVE/ e/ agudo...
Freddy Diblu
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